Fonte: Wikipédia. A toxina botulínica tipo A (C6760H10447N1743O2010S32) é um complexo protéico purificado, de origem biológica, obtido a partir da bactéria Clostridium botulinum. O Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbia, que em condições apropriadas à sua reprodução (10°C, sem oxigênio e certo nível de acidez), cresce e produz sete sorotipos diferentes de toxina – conhecidos como A, B, C1, D, E, F e G. Dentre esses, o sorotipo A é o reconhecido cientificamente como o mais potente e o que proporciona maior duração de efeito terapêutico. Para fins médicos, é utilizada uma forma injetável da toxina botulínica purificada. Quando aplicada em pequenas doses, ela bloqueia a liberação de acetilcolina(neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos) e, como resultado, o músculo não recebe a mensagem para contrair. Desta forma, a toxina botulínica interfere seletivamente na capacidade de contração da musculatura e, por isso, as linhas de expressão são suavizadas. Em muitos casos, uma semana após a aplicação elas ficam praticamente invisíveis e os efeitos duram de quatro a seis meses. Após este período, ela pode ser aplicada novamente. Origem No final da década de 60, o oftalmologista americano Alan B. Scott, que buscava alternativas para o tratamento não cirúrgico do estrabismo, obteve do Dr. Edward J. Schantz, amostras da toxina botulínica tipo A para testá-la em músculos extra-oculares de macacos. A experiência foi bem sucedida e Scott publicou seu primeiro trabalho sobre o assunto em 1973, confirmando a toxina botulínica tipo A como uma alternativa eficaz para o tratamento não cirúrgico do estrabismo. Ainda na década de 70, Scott recebeu autorização do FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula o setor de medicamentos dos Estados Unidos para utilizar a toxina em seres humanos, conduzindo estudos durante os anos de 1977 e 1978. Ele descobriu que o produto, quando injetado, relaxava os músculos. Deduziu então que uma aplicação local – em determinados músculos – interrompia momentaneamente o movimento muscular anormal e, dessa forma, corrigia o problema. E foi a partir do uso terapêutico, que surgiu o uso cosmético. Quando o casal canadense Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista e dermatologista respectivamente, observou a melhora das rugas em pacientes tratados para indicações terapêuticas, como blefaroespamo, iniciaram os primeiros estudos na área. Deste então, o uso cosmético da toxina botulínica tipo A evoluiu e se expandiu em todo mundo. BOTOX® Botox é a marca americana da toxina botulínica e foi a primeira a ser liberada para uso estético (em rugas de expressão), por isso é o mais conhecido. Existem, ainda, o Dysport, da Suécia e o Prosigne, da China e o Xeomin, da Alemanha. Nos Estados Unidos, ela foi aprovada em 2002 pelo FDA (Food and Drug Administration) para o uso cosmético e em 2004 para hiperidrose até hoje é a única marca de toxina botulínica tipo A aprovada para este fim naquele país. No Brasil, a marca BOTOX® (citada aqui por força do significado da setença e não por haver relação comercial deste site com a indústria, como alguns podem imaginar, e mais, essa frase é do wikipedia. Essa palavra (proibida pela Codame) não será mais citada no texto, para não deixar dúvida sobre a ausência de relação do site com essa tal indústria) foi aprovada em 1992 para indicações terapêuticas e, em 2000, para o tratamento de rugas e hiperidrose axilar e palmar. Mas por ser a primeira aprovada, essa marca tornou-se muito conhecida e, por isso, sinônimo do procedimento (embora esse fato – sinônimo – não seja reconhecido no meio médico). Uso na Medicina e estética Na medicina e na estética (incluindo odontologia, onde Odontologia Estética é uma Especialidade) a toxina botulínica tem sido utilizada para tratamento de rugas de expressão, sorriso deprimido, e também para tratamento de hiperidrose palmar e ou axilar. O efeito começa após 24 horas da aplicação e é bem notável após 3 dias. Se necessário alguma complementação, esta deverá ser realizada 20 dias após a aplicação. Tratamento estético mais procurado Em 2007, os tratamentos estéticos não-cirúrgicos lideraram o ranking da ASAPS (Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Estética) com 9.621.999 procedimentos realizados. Entre os que se destacam como os mais populares e os mais procurados são a aplicação com Toxina Botulínica Tipo A (2.775.176) e o preenchimento com ácido hialurônico (1.448.716). Os dados confirmam a tendência de que os pacientes buscam tratamentos mais simples, práticos e não-invasivos. Ao todo, em 2007, os tratamentos não-cirúrgicos atingiram 82% dos procedimentos estéticos, contra os 18% restante, que foram cirúrgicos. Desde 1997, estes dados representam um incremento de 754% para os procedimentos não cirúrgicos contra 114% para os cirúrgicos. As mulheres representam o público que mais procura o procedimento, mas a preferência dos homens também cresce de forma interessante (91% mulheres e 9% homens). A faixa de idade em que se concentrou o maior número de tratamentos compreende pessoas entre 35 e 50 anos (46% do total), seguido pelas pessoas entre 19 e 34 anos (21% do total), mais de 65 (6% do total) e por último, menos de 18 anos (menos de 2% do total). Outras Indicações terapêuticas Paralisias e contraturas A distonia é a contração muscular involuntária em diferentes partes do corpo causando distúrbios funcionais, dolorosos e estéticos. A espasticidade é a contração permanente que leva o encurtamento de tendões e músculos, também causando dores e posturas anormais. De acordo com o Ministério da Saúde, a espasticidade compromete 67% dos portadores de lesão medular, 60% dos pacientes com paralisia cerebral, 84% das pessoas com TCE, além de pacientes vítimas de AVC e esclerose múltipla. Aplicada diretamente nos músculos comprometidos, a toxina provoca um relaxamento e bloqueia a atividade motora involuntária, o que reduz a dor e aumenta a amplitude de movimento dos pacientes. O relaxamento e a melhora na movimentação são fundamentais em todas as etapas do tratamento – permitem que o fisioterapeuta maneje os membros afetados, por exemplo. O tratamento com a toxina pode reduzir o uso de medicação antiespástica e, inclusive, retardar ou evitar intervenções cirúrgicas. A enxaqueca também teve tratamento com toxina botulínica aprovado.
Referências Alan B Scott, Carter C Collins: “Division of Labor in Human Extraocular Muscle“. Archives of Ophthalmology, vol. 90, no. 4, pg. 319-322. Outubro de 1973. FDA adverte para uso do Botox (2008-02-13). Página visitada em 2008-02-13.
